MaPeixe

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O peixe é a proteína animal mais consumida no mundo.

A sua produção supera a produção global de carne bovina, de frango e de porco:

Tipo de proteína Produção global em 2020
Peixes 179,0
>>> da pesca >>> 93,0
>>> de criação (aquacultura) >>> 86,0
Carne de frango 132,1
Carne de porco 106,5
Carne bovina 71,1
(milhões de toneladas)

Dados: OCDE FAO Perspectivas agrícolas 2020/2029

Nessa comparação, o peixe também ganha por ser a mais saudável das proteínas animais, já que tem altas doses de gorduras boas (insaturadas), de ômega 3 e de vitamina D.

Tem mais: você sabia que o peixe também é bom para o meio ambiente?

Para se produzir 1 kg de peixe, consome-se apenas 1-2,4 kg de ração, enquanto para 1 kg de carne bovina consome-se 6x mais. Ou seja, além de alimento saudável o peixe é também eficiente no uso dos recursos naturais.

A produção de peixes em cativeiro tem crescido enormemente no Brasil. Nós já somos o quarto maior produtor mundial de Tilápias. Uma parte importante desse crescimento vem da produção em tanques escavados, como na fotografia abaixo:

Tanques de peixes
Tanques de peixes

Tanques de piscicultura em Rondônia

O problema: falta de informação

Apesar das vantagens do peixe e do crescimento da produção, o setor piscícola enfrenta um problema central: a falta de informação. Os dados sobre a produção de peixes no Brasil são incompletos. As consequências disso são amplas. Por exemplo, o controle sanitário dos peixes produzidos em tanques é muito mais precário do que o controle sanitário da bovinocultura. Um dos motivos é a falta de informação sobre onde estão localizados os tanques, quanto eles produzem e quais espécies produzem.

A solução: MaPeixe – mapeamento da produção com imagens de satélite

Para enfrentar esse problema, nós desenvolvemos o MaPeixe, um método inovador e custo-efetivo de produzir informação sobre a produção piscícola. Com base em imagens de satélite de alta definição, fizemos um mapeamento inédito da localização, tamanho, e evolução dos tanques de peixes ao longo do tempo (2006 a 2018) em Rondônia.

Para cada tanque de piscicultura, o MaPeixe identifica as seguintes informações:

  • Ano de surgimento
  • Tanque ativo vs inativo (vazio)
  • Fonte de abastecimento (nascente, curso d’água, bombeamento)
  • Tamanho do tanque (hectares)
  • Crescimento da área de lâminas ao logo do tempo
  • % do tanque com vegetação ripária
  • Supressão de vegetação nativa na construção do tanque

Veja abaixo o MaPeixe, um conjunto de informações inéditas, geradas por meio de mapeamento geoespacial, da piscicultura de Rondônia

Condições de uso deste material

Todas as informações desta página podem ser usadas e distribuidas livremente segundo os critérios da licença Creative Commons Atribuição-CompartilhaIgual 4.0 Internacional. Para acessar dados mais detalhadas da produção piscícola, entre em contato conosco pelo e-mail bussola@bussola.farm.

Navegue por tópicos

1 – Por que Rondônia?

O que é este mapeamento.

2 – MaPeixe : as três velocidades da produção de peixes

A piscicultura tem dinâmicas bastante diferentes nessas três regiões.

3 – MaPeixe : onde está o peixe? Mapa de calor

  Produção de peixe fortemente concentrada na região de Urupá.

4 – MaPeixe : estagnação depois de 2015

Área de tanques piscícolas decresceu na maior parte do estado, mas continuou crescendo em Ariquemes e Rio Crespo.

5 – MaPeixe : tanques de peixes inativos

A cada dez hectares de tanques, um está inativo (vazio). Mas em Ariquemes é diferente: só 3,7% da área está inativa.

6 – MaPeixe : dados inéditos de 11 municípios

Ariquemes: 1.896 ha de lâminas piscícolas, 3,7% de lâminas inativas (vazias). Depois de 2015, a área de produção só cresceu em dois municípios, Ariquemes e Rio Crespo.

7 – MaPeixe : para onde vançaram as lâminas d’água?

Mapas de calor do avanço da produção em um município desde 2005.

8 – MaPeixe : como evoluíram as lâminas d’água?

Tanques abastecidos por bombeamento são absoluta minoria. Abastecimento a partir de nascente em queda. Em torno de 10% dos tanques tiveram supressào direta de vegetação nativa.

9 – A equipe

Economista; Zootecnista; Agrônomo.

10 – Como fizemos o mapeamento?

Conheça a metodologia.

1. Por que Rondônia?

A seguir o resultado do trabalho de mapeamento da piscicultura em Rondônia.

2. MaPeixe: as três velocidades da produção de peixes

3. MaPeixe: onde está o peixe?

4. MaPeixe: estagnação depois de 2015

Na região 1, de Urupá e Mirante da Serra, onde existe a maior concentração da produção com propriedades pequenas, a área de tanques de peixes teve uma queda de 3% ao ano entre 2015 e 2018. Ou seja, em vez de estagnação houve retrocesso mesmo. Isso se compara a um crescimento explosivo, de nada menos do que 30% ao ano, entre 2006 e 2015. Uma situação parecida ao que aconteceu na região 3, que engloba Porto Velho, Machadinho, Teixeirópolis e outros municípios onde há uma baixa concentração de lâminas: queda de 1% ao ano depois de 2015 frente a crescimento de 26% ao ano antes de 2015.

O interessante é que a região 2, com os municípios de Ariquemes e Rio Crespo, teve situação totalmente diferente. Aqui, houve crescimento de 13% ao ano depois de 2015 frente a crescimento de 15% ao ano antes de 2015. Ou seja, praticamente não se observou alteração no padrão de crescimento a partir de 2015!

Então, no fundo, não dá para falar de estagnação no estado de Rondônia. Na verdade, o que aconteceu foi um retrocesso, uma redução na área produtiva, na maior parte do estado, associada à continuidade do crescimento na região de Ariquemes, que concentra a indústria do peixe. Daí a média para o estado foi a estagnação.

5. MaPeixe: tanques de peixes inativos

Pelo menos 10% da área de tanques de peixes em Rondônia está inativa. Nós identificamos lâminas inativas como lâminas piscícolas vazias. Em certos casos, todavia, os tanques podem estar cheios e mesmo assim inativos. Por isso, a estimativa de 10% é um valor mínimo.

A região de Ariquemes apresenta uma taxa de inatividade muito mais baixa do que as demais regiões. Enquanto no município de Porto Velho 25% das lâminas foram identificadas como inativas, em Ariquemes foram somente 3,7%. A região de Ariquemes foi a única parte do estado em que a área de lâminas piscícolas não deixou de crescer a partir de 2015.

6. MaPeixe: piscicultura – dados inéditos de 11 municípios

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7. MaPeixe: para onde avançaram as lâminas d’água?

8. MaPeixe : como evoluíram as lâminas d’água?

9. A equipe

10. Como fizemos o mapeamento?

Este trabalho foi realizado com a aplicação de técnicas de classificação supervisionada de dados a imagens de satélite de alta e média resolução (CBERS, Planet, Sentinel 2, Google e Bing).